quarta-feira, 29 de agosto de 2012

‘Cheguei mais bagaceira e deu certo’, diz ex-Rouge sobre teste para teatro

Lissah Martins, que faz a filipina pompoarista Cynthia em 'Priscila, Rainha do Deserto', em cartaz em São Paulo, foi reprovada no primeiro teste.

 

É com muito bom humor que Lissah Martins, 28 anos, conta que foi reprovada no primeiro teste para interpretar a filipina com habilidades em pompoarismo (técnica que consiste na contração e relaxamento dos músculos circunvaginais) Cynthia no musical “Priscila, Rainha do Deserto”, em cartaz no teatro Bradesco, em São Paulo.
 “O diretor musical achou que eu estava muito comportada. Fui com aquela imagem da mulher oriental submissa. Nada a ver com a Cynthia”, conta Lissah.

A atriz conta que, na segunda audição, assim que começou a cantar, o diretor a interrompeu. “Ele disse que tinha gostado muito de mim desde o primeiro teste, mas que era para eu me jogar, não me preocupar se estava sendo over. Expliquei que me baseei na descrição de que ela era uma esposa hospitaleira. E ele falou que ela tentava ser, mas não conseguia.”

Lissah registrou o conselho e, quando os demais diretores chegaram para acompanhar o teste, soltou-se. “Cheguei mais bagaceira e deu certo”, conta.

Na história, Cynthia é casada com o mecânico Bob (Saulo Vasconcelos) e, embora tente se portar como uma boa e tradicional esposa, é louca para ser artista. Entre as habilidades que acha que tem, como canto e dança, a filipina tem conhecimentos em pompoarismo. "Ela não entede o porquê de o marido não querer que ela mostre em público o que saber fazer."
Por causa desse último talento, Lissah é responsável por um momento hilário do espetáculo quando sua personagem atira bolinhas de pingue-pongue na plateia, teoricamente, com a vagina.

“É graças a um truque cênico, que não posso revelar. Fiquei um pouco constrangida (quando viu no roteiro o pompoarismo). Mas os ensaios foram acontecendo e ninguém me pedia nada. Daí relaxei. Pensei: ‘Acho que não vou precisar ter essa habilidade’”, disse rindo.

Trajetória
“Priscilla, Rainha do Deserto” é o quinto musical feito por Lissah, que começou no gênero por acaso após o fim do Rouge em 2006.

“Em 2005, fui assistir ao musical ‘O Fantasma da Ópera’ em São Paulo, bem quando já conversávamos sobre o fim do grupo. Comentei: ‘Isso é uma coisa que eu poderia fazer’”, diz Lissah revelando que se preocupava em ter um plano B para a carreira de cantora.

O ponto final no Rouge coincidiu com o anúncio em jornais de audições para a escolha do elenco do musical “Miss Saigon” e, mesmo sem ter experiência no gênero, Lissah foi tentar a sorte. Apesar de ter a expectativa de conseguir um papel no coro, saiu do teste com a personagem principal, a mocinha Kim.

“Fiquei muito temerosa. Tanto que, na primeira semana de ensaio, minha voz sumiu. Tive de fazer regime vocal (ficar em silêncio). Ao ver a alternante (substituta) ensaiando no meu lugar, fiquei desesperada pensando que ia perder o papel para ela.”

A atriz e cantora conta que relaxou – e a voz saiu – quando os ensaios passaram a ser abertos ao público. Para dar conta do papel, ela diz que foi atrás de estudar e, paralelamente às apresentações, fazia aulas de interpretação voltada para musicais.

Depois de “Miss Saigon”, Lissah emendou mais três trabalhos do gênero – “A Bela e a Fera”, Jekyll & Hide – O Médico e o Monstro” e o infantil “O Fantasma da Máscara” – até chegar a Priscilla”.

Amigas Rouge
Lissah jura de pés juntos que ainda é amiga das outras integrantes do Rouge, Aline, Fantine, Karin e Luciana. “As pessoas não acreditam, mas somos muito amigas. Convidei todas para serem madrinhas do meu casamento. Vez ou outra a gente se reúne, com outros amigos músicos, e sempre rola uma ‘Ragatanga’”, diz ela em referência a um dos sucessos do grupo musical, que lançou cinco CDs e vendeu cerca de 6 milhões de discos.

O marido de Lissah é Matheus, ex-integrante do Br’oz, grupo musical formado no reality show “Popstars”, assim como o Rouge. Atualmente, está em outra banda, a Monk.

Ela conta que quando ambos se esbarravam no meio musical, não se suportavam. A história mudou quando os grupos acabaram. “Um dia, ele me ligou convidando para ouvir a gravação de uma música com outra banda. Achei estranho e disse não. Mas depois pensei: ‘É perto da minha casa, vou. Afinal é networking’.”

O encontro acabou sendo o início de uma amizade. Um ano depois, eles começaram a namorar e, em 2009, se casaram. “Ele jura que me convidou sem segundas intenções, mas...”, brinca Lissah.

Fonte.ego.globo.com

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